Quem busca o que ver ou o que fazer em Dublin sempre se depara com alguns clássicos: a Fábrica da Guinness, o Trinity College e o Temple Bar, por exemplo. A gente não nega que todos eles são bem legais, mas que tal um roteiro de viagem alternativo para conhecer a capital da Irlanda? 

Pedimos ajuda aos nativos para saber aonde ir. Depois, colocamos todas as dicas no mapa interativo abaixo e listamos as principais neste artigo. 

Apelidada de Ilha Esmeralda, a Irlanda tem belezas naturais de tirar o fôlego. Mesmo em Dublin há vários parques lindos, fora as trilhas nas cidades próximas. Principalmente quem gosta de caminhadas e aventuras vai se animar com estas dicas nativas, mas há sugestões para todos os gostos.  

O que fazer em Dublin

Passeie pelo Great South Wall até o Lighthouse Poolbeg

farol de poolbeg dublin

O Farol de Poolbeg foi construído em 1768, mas sua forma atual data de 1820. Ele fica no final da Grande Muralha do Sul, um quebra-mar de 4 km que se estende da península de Poolbeg para dentro da Baía de Dublin. Não espere ver um muro gigante, já que essa é uma fortificação submersa, mas pode contar com vistas maravilhosas.

Especialmente em dias de sol, o passeio até o farol vale muito a pena. O trajeto mais bonito é pelo Sean O’Cassey Park, contornando a orla até o farol. No entanto, aí vai uma sugestão: alugue uma bicicleta, pois, para ir e voltar, são 8 km. Outra opção é ir de carro até o estacionamento do farol e terminar o trajeto (o último 1,5 km) a pé.

  • Great South Wall Dublin

Seja como for, lembre-se de parar um pouco e apreciar a paisagem. O local é tranquilo e é possível que ninguém esteja ali além dos pescadores. Vire-se e veja Dublin e Dún Laoghaire ao sul, o Farol North Bull (verde) a oeste e, se der sorte, os cruzeiros zarpando. É até difícil acreditar que você está a poucos quilômetros do centro de Dublin.    

Ouse ir ao místico Hellfire Club

Hell Fire Club o que fazer em Dublin
Foto: dublin.ie

O Montpelier Hill poderia ser “apenas” um morro de 383 metros de altura com uma linda vista panorâmica. Mas no seu topo está uma casa de pedras cercada de superstições e assombrações: o Hellfire Club. 

Tudo começou em 1725, quando William Connoly, político e então homem mais rico da Irlanda, construiu ali uma casa para caças, a Mont Pelier, que acabaria dando o nome ao monte. Acredita-se que pedras de tumbas pré-históricas teriam sido encontradas no local e utilizadas para a sua construção. Por isso, quando uma tempestade derrubou o seu telhado pouco depois, surgiram lendas de que aquilo seria castigo do diabo por causa das tumbas violadas.

Após a morte de Connoly, a casa teria passado a ser usada pelo Hellfire Club, um clube irlandês da alta sociedade, conhecido pelas festas regadas a álcool e orgias. Segundo a crença popular, eles também praticavam rituais satânicos no topo do monte, e rumores sobre sacrifícios, assombrações e aparições do próprio diabo logo tomaram conta do imaginário popular. A casa de pedra rapidamente passou a ser conhecida pelo nome do clube. 

O Hellfire Club acabou abandonando o local após um incêndio, mas a casa continua de pé no alto do monte. Qualquer um pode se aventurar pelas suas ruínas, e, de dia, a visita é bem agradável. Mas à noite, há quem sinta um cheiro estranho e uma presença esquisita. Em um lugar onde história e crenças se misturam, nunca se sabe.  


Vídeo: SkyLens Ireland

Infelizmente, não é possível chegar ao Montpelier Hill de ônibus. Logo, a melhor forma é alugando um carro ou indo de táxi.

Descubra os tesouros do Saint Anne’s Park

Saint Anne's Park Dublin Irlanda

O Saint Anne’s Park é frequentemente esquecido pelos turistas, que preferem o Phoenix Park. Realmente, é difícil competir com o maior parque fechado da Europa, por onde veados correm livremente. Ainda assim, visitar o Saint Anne’s Park foi uma das surpresas de Dublin. 

Localizado no subúrbio, o parque é o segundo maior do município e, no século 19, era propriedade da família Guinness (sim, a da cerveja). Hoje, ele é cheio de quadras esportivas, playgrounds e campos de golfe, mas também tem áreas abertas que fazem esquecer a cidade lá fora – não é sequer possível escutar os carros na rua.

Quem for ao parque não pode deixar de ver o seu lindo jardim de rosas, que existe desde 1975. Outros locais imperdíveis são a Torre do Relógio, que data de 1850, e a Peace Tree, uma árvore que foi transformada em obra de arte.

Fairy’s Doors Tree (à esquerda) e Peace Tree’s (Foto: Dublin City Counsil)

Um ponto místico do parque é a Fairy’s Doors Tree. As fadas são parte do folclore irlandês, e muitas crianças têm pequenas portas em seus quartos, onde, segundo a crença, moram suas fadas. É por isso que, no meio do parque, há uma árvore cheia de portas, cada uma com o nome de uma ou mais crianças. 

Dentro do St. Anne’s Park também fica o Red Stables Market, um mercado de arquitetura Vitoriana que abre todos os dias. Aos sábados, das 10h às 17h, ainda há uma feira com carrinhos de comida em frente.  

Aventure-se nas trilhas de Howth

o que fazer em Dublin: Howth

Como já contamos nas dicas sobre onde comer e beber em Dublin, Howth é uma visita obrigatória, ainda mais nos dias ensolarados. Essa antiga vila de pescadores é cercada de belezas naturais e um lugar ideal para caminhadas, mesmo que você não seja um aventureiro experiente. 

A trilha mais clássica é até o Howth Head Peak. É fácil chegar até lá: saindo da estação de DART (trem suburbano), você pode ir de ônibus (31/31b) até a metade do caminho e andar o resto a pé, o que leva uns 20 minutos. No caminho, você pode parar no Cliff Stop, um charmoso café charmoso, onde é possível comprar uns lanchinhos.  

Já o nosso lugar favorito é a praia secreta de Welton’s Bay. Se quiser chegar lá, pegue o ônibus 31 ou 31b e vá até a estação Howth Summit. De lá, são apenas 900 m de caminhada até esse canto maravilhoso.

Welton's Bay Howth Irlanda

Os verdadeiros amantes de caminhadas ainda podem percorrer o Bog of Frogs Loop. Essa trilha basicamente dá a volta em Howth e tem cerca de 12 km. Ela começa na estação de DART e passa pela Torre Martello, pelos cliffs (penhascos), entre vários outros lugares de tirar o fôlego. Não se esqueça de usar calçados confortáveis, levar água e comida e verificar a previsão do tempo.

Aproveite as experiências culturais gratuitas da Hugh Lane

O que fazer em Dublin Hugh Lane

Localizado na Charlemont House (1763), a Dublin City Gallery The Hugh Lane foi estabelecida por Hugh Lane em 1908, quando ainda se chamava Dublin’s Municipal Gallery of Modern Art. Ela é a primeira galeria de arte moderna do mundo de que se tem registro, e mais tarde ganhou o nome de seu fundador. 

A galeria fica aberta todos os dias, exceto às segundas-feiras. A entrada é sempre gratuita e, além das exposições fixas e temporárias, você ainda pode curtir um concerto aos domingos às 12h (eles só pedem uma doação de € 2). 

Entretanto, o mais interessante da Hugh Lane é o estúdio de Francis Bacon. Adquirido pela galeria em 1998 e aberto ao público em 2001, o estúdio e seus mais de sete mil objetos – inclusive a poeira! – foram catalogados e transferidos de Londres para Dublin, onde o famoso artista nasceu.    

Dê uma volta pelo Creative Quarter

O que fazer em Dublin: Creative Quarter

O chamado “Quarteirão Criativo” de Dublin se estende da Great George’s Street até as ruas Exchequer Street, Wicklow Street, South William Street e Suffolk Street. Vários dos cafés, restaurantes, mercados e galerias estão em prédios que datam de 250 anos atrás. Por isso, passear por ele é também conhecer a história da cidade.

No Creative Quarter está, por exemplo, o George’s Street Arcade. Originalmente South City Market, esse foi o primeiro shopping center vitoriano de Dublin, aberto em 1881. Apesar de ter pegado fogo em 1892, ele foi reaberto em 1894 e até hoje mantém seu estilo original. Mesmo não sendo muito grande, o mercado abriga mais de 40 lojas independentes, entre elas boutiques retrôs e cafés.  

Market Bar Dublin Irlanda

Ao sul, está o Market Bar. Antes um armazém de salsichas que supria o George’s Street Arcade, esse local é hoje um bar de tapas bem diferente. Ainda que a comida não seja muito tradicional, as porções são deliciosas e bem servidas. À noite, o bar fica cheio, por isso, aconselhamos visitar o estabelecimento na hora do almoço, para se sentar com calma e admirar o espaço.

Outra atração do quarteirão é o Powerscourt Centre. Bem maior e mais luxuoso do que o Arcade, o Powerscourt tem uma arquitetura georgiana de 1741 que é simplesmente linda.

Veja uma Ukulele Tuesday no The Stag’s Head

the stag's head: onde comer e beber em Dublin

Próximo ao Creative Quarter está The Stag’s Head, sobre o qual já falamos no nosso post sobre onde comer e beber em Dublin. Às 20h de terça-feira, vários nativos se reúnem para tocar ukulele no andar superior desse pub. E se você acha que esse instrumento musical é sem graça, então dê um play no vídeo abaixo. 

O Stag ainda tem uma atmosfera especial com seu interior da Era Vitoriana bem preservado, com grandes e lindos vitrais e móveis de madeira. Além disso, não deixe de passear pelos arredores da Dame Court, que é onde o pub fica.

Vá aos Ruby Sessions no Doyle’s

doyle's pub ruby sessions dublin

Outro que também já passou por aqui. Aberto desde 1880 e próximo ao turístico Trinity College, o Doyle’s já chama bastante atenção pela sua grande fachada. Porém, o pub ganhou muita fama pelos Ruby Sessions, que acontecem uma vez por semana. 

Há 20 anos, às terças-feiras, o andar inferior do pub recebe quatro shows. As Ruby Sessions são bem intimistas e apresentam nomes emergentes locais e internacionais. Ed Sheeran, Mumford and Sons, Damien Rice, George Ezra e muitos outros músicos atualmente famosos passaram por aqui. A entrada custa € 7 e o dinheiro é doado para a caridade.  

Os shows começam às 21h. Todavia, tente chegar cedo, pois a sala só tem espaço para cerca de 90 pessoas, e as filas são enormes.

Curtiu nossas dicas nativas do que ver e o que fazer em Dublin? Se você mora na cidade e tem mais dicas, deixe um comentário ou mande uma mensagem pra gente. Adoramos conhecer novos lugares.

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